A História do Sling
O sling é uma faixa de pano com cerca de dois metros de comprimento, com argolas reguláveis que permitem formar uma espécie de saco ou rede, onde se carrega o bebê em várias posições. Trata-se de uma "novidade" que tem raízes bem antigas. Em diversas culturas da África, da Ásia e da América, é comum transportar os bebês junto ao corpo, usando para isso vários tipos de “faixas”. Instintivamente, essas mães procuram fortalecer a conexão com seus bebês, criando uma espécie de “barriga de transição”, exatamente como a que os cangurus e outros marsupiais possuem. Pesquisas recentes demonstram a sabedoria desse costume: é o caso de teorias como a de exterogestação, que afirma que os bebês humanos nascem muito mais imaturos do que outros filhotes de mamíferos, pois do contrário não conseguiriam passar pelo canal de parto, e a gestação teria de continuar externamente até os nove meses após o nascimento – época em que a maioria das crianças já engatinha ou mesmo começa a andar. Extremamente indefesos e ligados às suas mães, os bebês sofrem menos e se desenvolvem melhor se puderem manter contato direto com elas. Isso ainda é mais visível no caso de crianças prematuras – existem trabalhos científicos realizados em UTI’s neonatais, como no caso do Projeto Mãe Canguru, do Imip (PE), que coloca mães e filhos “colados” 24h, e o contato pele-a-pele faz com que os bebês se recuperem mais depressa, facilitando também a amamentação. Carregando seus bebês, as mulheres das culturas tradicionais têm outras vantagens: podem se locomover mais facilmente e realizar suas tarefas diárias sem maiores preocupações, contando com seus braços livres. Estes bebês costumam ser mais relaxados, dormir melhor à noite e sofrer menos de cólicas e de morte súbita, pois estão sempre em contato direto com suas mães, ouvindo sons semelhantes ao que escutavam quando estavam na barriga e aprendendo com a respiração continuada delas. Dentro do porta-bebê, o pai ou a mãe compartilha calor, cheiro, aconchego com o filho, mostrando que está disponível e que o ama. Nos Estados Unidos e Europa, o uso de porta-bebês variados tem se popularizado nos últimos anos. Um dos mais conhecidos é o sling, que pode ser ajustado em várias posições e imita a posição natural dos braços que carregam uma criança. Ao contrário dos “cangurus”, que não podem ser usados por recém-nascidos e bebês sem firmeza no pescoço, ele pode e deve ser usado sem restrições já a partir do nascimento. O sling também respeita o desenvolvimento do bebê que começa a sentar, pois não força as perninhas a se manterem abertas nesta fase de formação das articulações do quadril. Além de ser muito mais barato que um carrinho, cadeirinha ou outros meios de transportar seu bebê, o sling tem uma vida útil mais longa: pode ser usado até cerca de 25 kg, o que vai depender principalmente da capacidade física do pai ou mãe de sustentar esse peso. Prático, pode ser lavado sempre que se desejar, à mão ou na máquina, e é muito mais fácil de se carregar que qualquer outro “substituto”. Experimente! Nada é mais gostoso que ter seu filho pertinho de você.
_Texto extraído do Blog Casulinho por Por Mariana Mesquita
As dores nas costas são uma reclamação freqüente entre as mães. No período de dois anos desde a gravidez até o bebê andar, muitas mulheres sofrem com dores na coluna. As transformações do corpo para abrir espaço para o desenvolvimento do feto no útero durante a gestação incluem a movimentação dos ossos da coluna. Após o parto, ainda com os ossos voltando a seus lugares, a mãe entra na maratona de carregar o bebê.
Para diminuir o peso que sobrecarrega a coluna, diferentes povos buscam soluções. Há milhares de anos, africanas, indianas, japonesas, chinesas e índias nativas da América do Norte prendem os bebês de diversas maneiras a seus corpos para transportá-los ou para mantê-los próximos durante a execução de trabalhos domésticos ou da lida na lavoura.
Outras soluções foram criadas para mamães – e mesmo papais –, mas muitas vezes inadequadas. Em recente viagem que fiz aos Estados Unidos, notei que existe uma forte tendência ao uso de babysling, uma faixa de tecido de cerca de dois metros de comprimento por um de largura, que se ajusta ao corpo do adulto. O acessório é unanimidade quando se fala em praticidade: além de deixar as mãos das mamães sempre livres, mantém os bebês pequenos confortavelmente deitados.
Outras soluções foram criadas para mamães – e mesmo papais –, mas muitas vezes inadequadas. Em recente viagem que fiz aos Estados Unidos, notei que existe uma forte tendência ao uso de babysling, uma faixa de tecido de cerca de dois metros de comprimento por um de largura, que se ajusta ao corpo do adulto. O acessório é unanimidade quando se fala em praticidade: além de deixar as mãos das mamães sempre livres, mantém os bebês pequenos confortavelmente deitados.
Veja as principais vantagens do babysling:
1) A proximidade permite que os bebês escutem os batimentos cardíacos da mãe, como se ainda estivessem no aconchego do útero. É um colinho e tanto!
2) O peso fica melhor distribuído, o que implica em menor esforço de parte da mulher para carregar a criança. Isso é possível porque o acessório tem pontos de apoio nos ombros e costas.
3) Os babyslings oferecem segurança. De toda maneira, os pais precisam verificar o estado da costura e do tecido.
4) Entre os cuidados a tomar, é necessário observar sempre para que o pano não cubra o rosto do bebê. Não é aconselhável colocar objetos dentro. Tomar cuidado quando transportar a criança, segurando-a ao se inclinar para frente.
5) Vale lembrar que o babysling não é adequado para andar de bicicleta. No carro, o correto é levar a criança na cadeirinha presa ao banco.
Na história recente, os ocidentais adaptaram as tais tipóias para carregar seus filhos. No Brasil dos anos 1960, estava na moda o canguru, que gerou polêmica porque muitos achavam que prejudicava o quadril, pois o bebê ficava de pernas abertas, como nos modelos mochila e dos antigos chineses. O babysling de agora tem mais a ver com o tipo usado pelos índios norte-americanos, chamado papoose, que deixa o bebê embrulhado como se fosse um “charutinho”. Ele leva vantagem em relação a estes outros modelos também porque as pernas do bebê se mantêm unidas, não alterando o desenvolvimento do quadril. O deslocamento do quadril pode ocorrer com o uso contínuo de carregadores de bebê que deixam as pernas abertas, como o do tipo cadeirinha. O babysling não aumenta a curvatura da coluna vertebral do bebê e não acarreta vícios de posição.
Pediatras e psicólogos ressaltam o benefício de se manter o bebê próximo ao corpo da mãe, dizendo que as crianças criadas assim choram menos. Eles atribuem ao “carregador de bebês” outras vantagens, como o fortalecimento do vínculo entre mãe e filho e a criação de bebês mais relaxados. Alguém pode falar que o babsling deixa a criança muito dependente. Eu não penso assim. Acho que os filhos precisam mesmo do contato com a mãe.